MARIZETE DE FÁTIMA MACHADO – A COZINHEIRA DA PAMONHARIA DE GOIÁS
Goiás é um estado que se destaca na culinária da pamonha, tornou-se um dos pratos mais consumidos pelos goianos. A pamonha goiana possui diferentes tipos de recheio e variedades de sabores.
E
esse caso gira em torno especificamente do comércio de Pamonha, localizada na
Avenida C-182 no bairro Jardim América em Goiânia no estado de Goiás.
O
local era bastante movimentado de veículos, moradores locais, trabalhadores que
davam vida ao comércio local. Dentre os comércios ali existentes, havia um que
se destacava: era a Pamonharia Espiga de Milho.
Ofereciam
uma pamonha com recheios deliciosos, caldos de milho de vários sabores
diferentes, bem como ofereciam pratos variados aos clientes. O local era lotado
de clientes fiéis, que frequentavam o comércio também aos fins de semana.
O
proprietário da pamonharia senhor José Pereira se estabelecera no local por 18
anos, mas contava com as mãos habilidosas na cozinha que era a dona Marizete de
Fátima Machado de 53 anos.
Funcionária
da pamonharia em torno de 10 anos.
Dona
Marizete, morava no Setor Nova Suíça. mulher trabalhadeira, religiosa, possuía sua
família e um filho já adulto chamado Douglas Vinícius Machado de Abreu.
Tudo
fluía bem nesse comércio, bem como na vida da cozinheira Marizete.
Mas
ao contrário ocorria com a vizinha da frente Sueide Gonçalves da Silva
popularmente chamada de Tatá, uma mulher de 55 anos. Esta por sua vez cuidava
da mãe idosa.
Os
últimos 9 anos dessa família segundo relata a Tatá não foi fácil... a família
passava por grandes angústias com a senhora sua mãe que estava em depressão.
No
ultimo ano de vida se recusava a sair de dentro de casa, pois sentiam-se mal
diante das piadas feitas contra eles. Esse tipo de incomodo surgia dos
funcionários da pamonharia Espiga de Milho, bem como da própria cozinheira
Marizete.
Que
sentava na frente da pamonharia com demais pessoas e riam de Sueide a Tatá, da
mãe dela e de toda família que ia visitar eles. Além disso a mulher religiosa e
que frequentava a igreja sabia que Marizete fazia obras de bruxaria contra
todos de sua família.
Isso
porque alguém da igreja falava que determinados acontecimentos em sua vida
ocorriam por conta de feitiço.
Em
2014 a pamonharia espiga de milho ganha uma concorrente.
No
outro lado da rua se instalava a Pamonharia Sabor Registrado. Ao lado de onde
Sueide a Tatá morava.
O
novo estabelecimento pertencia a própria Tatá Sueide Gonçalves da Silva, 55
anos e do filho William Divino da Silva Morais de 28 anos. Ambos trabalhavam
juntos.
William
é filho de seu Joel Morais Rosa, dono de oficina de motos, era um pai presente
e que inclusive William trabalhou na oficina com o pai por um tempo. Porém, Joel
nunca casou com Sueide.
William
filho de Sueide tinha passagens na polícia por desacato, resistência à prisão e
desobediência. E respondia por um crime, que não foi especificado, na Delegacia
Especializada no Atendimento à Mulher.
Sueide
e o filho se esforçavam dia a dia para conseguir clientes e vender suas
pamonhas, porém as coisas não ocorreram como planejado. Embora no mesmo local e
com pamonhas deliciosas, os clientes não saiam da concorrente espiga de milho.
Eles
não entendiam o motivo de seu comércio não ter movimento algum, enquanto o da
frente lotava! O sabor Registrado tentou baixar o valor de suas pamonhas a fim
de atrair clientes... porém não adiantou.
Mas
isso talvez tivesse explicação... obras de bruxaria. Além disso Tatá continuava
alegando ver risadinhas e piadinhas vindas da cozinheira Marizete e demais
pessoas que com ela se juntavam.
Em
Setembro de 2014 aos 94 anos a mãe de Tatá faleceu de causas naturais. Mas para
Sueide e para o filho, a perca da senhora se deu por obra de feitiçaria como
uma pessoa de dentro da igreja evangélica revelou.
E
esse fato de Tatá perder a mãe e que segundo ela mãe é o bem mais preciso para
ela. Acredita que a culpada daquilo era Marizete com suas obras de macumba.
O
tempo passava e as pessoas continuavam a parar na pamonharia da frente para se
deliciar da comida de dona Marizete, principalmente do caldo que ela preparava.
Diziam ser delicioso.
Logo
Sueide e William pensaram que seria necessária mais divulgação! Contrataram
carro de som que ficava posicionado na frente da pamonharia, mesmo assim...
nada de vendas.
O
tempo ia passando e mãe e filho frustrados com a falta de venda. Enquanto o
concorrente não dava conta de vender.
Foi
assim que Sueide passou a ter um ódio excessivo de Marizete, tamanha era a
raiva que tinha que esperava a cozinheira passar pra mostrar a língua, fazia
gestos obscenos para a mulher.
Mas
Marizete nem se importava, acreditando que com tempo aquilo tudo passaria...
mas na verdade não passava.
Sueide
irritada com tudo aquilo e perdendo seu juízo, com o pensamento de ter perdido
a mãe por obra de feitiçaria PENSA EM procurar alguém para acabar com a vida de
Marizete. Mas acaba desistindo. Porém a ideia de executar o crime não saia de
sua cabeça.
Em
Fevereiro de 2015 o guarda noturno encontra um despacho na porta da pamonharia
espiga de milho, onde dona Marizete trabalhava. Ele assim que vê joga no lixo.
No
dia seguinte uma funcionária da pamonharia chamada Débora, iniciou seu trabalho
junto aos demais colegas. Ao limpar o estabelecimento e jogar rejeitos no lixo
ela observa algo estranho na lixeira.
Ao
verificar o que era... se depara com o despacho que estava num recipiente de
vidro. Ela analisa o que era aquilo, havia vários papeis em meio ao trabalho e
mostra para a proprietária.
Ali
estava o nome de 9 pessoas, dentre proprietários e funcionários, incluindo o
nome de Marizete.
Quem
fez tal coisa? Não se sabe!
Quase
1 mês após o despacho feito. Num domingo do dia 29 de Março 2015. Marizete
trabalhou como sempre fazia, logo acabando o expediente ela retorna pra casa
caminhando, depois do dia exaustivo.
Porém,
ao chegar na primeira esquina da rua da pamonharia, foi abordada por Sueide e
William. Ambos estavam dentro de William uma S-10 prata.
Sueide
dentro do carro foi tomada por um impulso de que havia chegado a hora de se
vingar. Chama Marizete pra dentro do carro, onde a cozinheira se recusou.
Visto
que ela não entraria Sueide a ameaça com arma de fogo para que ela entrasse no
carro. Assim Marizete entra no veículo.
Marizete
passa a ser agredida pela Suede, enquanto o filho dirigia o carro. Sueidi que
além de bater várias vezes gritava a todo momento que mataria o dono da
pamonharia, os filhos dele e o próprio filho de Marizete.
Eles
percorrem o caminho de mata, no interior de Abadia de Goías por uma estrada de
chão até o que seria o destino final da cozinheira. Pararam o carro, William agride Marizete por
várias vezes com socos e chutes.
Depois
mãe e filho colocam Marizete sentada no barranco, ali fica Marizete bastante
espancada. Até que Sueide pega uma arma de fogo e dispara contra a cozinheira 5
tiros acertando peito, braço e cabeça.
Com
a mulher ensanguentada e desacordada, Tatá e William acreditando que ela estava
sem vida, envolvem o corpo de marizete em papel alumínio e William despeja combustível
que carregava como reserva, pois sua camionete gastava era um veículo que
consumia muito combustível.
Com
a cozinheira encharcada de combustível Sueide ateia fogo na mulher..
Deixaram
a mulher queimando no local, entram no carro acreditando que ali seria o fim da
cozinheira. A caminho jogam a arma de fogo no rio que fica em uma pedra e
voltam para casa onde Sueide se mantém em casa.
William
por sua vez vai até Corumbá onde tinha um sítio do qual ele estava trabalhando.
Voltando
a Marizete... Em meio a escuridão da madrugada do dia 30...
A
mulher lutava por sua vida. Via e sentia seu corpo queimando rapidamente.
Ela
por sua vez se joga em meio ao mato, rolando no capim molhado até que consegue
apagar o fogo do seu corpo. Nesse momento com quase 50% do corpo queimado com
queimaduras de de 2º e 3º graú que se misturava a dor de queimadura e
perfuração em seu corpo.
A
luta pela sobrevivência falava alto e a mesma passou a andar estrada afora em
extremo desespero.
Vestida
somente com blusa e calcinha. Consegue caminhar por 2 Km até a Vila Perpétua do
Socorro, local também conhecido como Pau Baixo, que fica entre Abadia de Goiás
e Goiânia.
Marizete
bate na porta de uma das residências. Gritando por socorro e implorando para
não morrer. A dona da casa Geralda Bastos, assim que abri a porta vê a cena
daquela mulher extremamente machucada.
E
na porta de casa que Marizete recebe os primeiros socorros de uma vizinha que
era enfermeira. A vizinhança de dona Geralda chama pela emergência enquanto Marizete
gritando de dor ainda preocupada com o
que poderiam fazer com seu filho e a família do patrão.
Ela
implora pedindo um celular emprestado, para avisar o dono da pamonharia que o
mesmo estava em risco de vida.
Logo
ela liga para o patrão contando o ocorrido e dizendo que o mesmo se cuidasse
pois algo poderia acontecer e que ele tomasse providência do que havia ocorrido
com ela.
Dona
Marizete foi encaminhada para o hospital de Urgência de Goiania. Onde ficou
internada em estado grave.
Com
o relato de Marizete a ocorrência foi registrada no 20º vigésimo distrito
policial de Goiânia. Horas depois a polícia vai até a casa de Suedi que negou
qualquer envolvimento no crime.
Ela
negou ter participação com o caso e disse que estava em casa no momento em que
Marizete foi ferida. Porém foi encaminhada a delegacia. Onde prestou depoimento,
bem como prestou entrevista ao jornal O POPULAR:
Alegou
que o que fez havia planejado a tempo e que não aguentava mais sofrer já fazia
9 anos, que Marizete e demais ficaram satisfeitos com a morte da mãe dela.
E
para Sueide mãe é sagrado. Jamais queria envolver o filho no crime, mas no dia
foi tomada por impulso. Havia pensado em contratar alguém para executar
Marizete e não conseguiu resolveu ela mesma acabar com aquela que era uma
bruxa.
Que
faria tudo novamente, que a odiava e que Marizete foi a culpada da morte da mãe
dela.
Ela
ficou presa em uma cela do 14º Distrito Policial de Goiânia. Já o filho dela,
de 28 anos, seguia foragido.
No
dia seguinte do crime. William ainda no sítio se depara com a reportagem em que
ele foi participante e atuante do crime. Assim resolve nesse local que ele
deixa a S-10. Se abrigando em um hotel.
Ainda
não satisfeito e com receio de ser preso, pega um táxi e se desloca até
Quirinópolis na casa do cunhado.
O advogado de William e
Sueide compareceu a delegacia e foi orientado a apresentar seu cliente para
prestar esclarecimentos.
Marizete
ainda internada contou ao filho e ao policial o que lhe aconteceu. Depois foi
encaminhada para a cirurgia para retirada das balas alojadas em seu corpo.
Mas
ao fazerem a cirurgia, infelizmente Marizete não resistiu e foi a óbito na
tarde de terça-feira, 31 de março de 2015.
Segundo laudo, a morte de Marizete se deu por descompensação metabólica provocada pelas queimaduras e pelos ferimentos causados pelas perfurações dos disparos.
Marizete de Fátima
Machado, foi velada, na Igreja Exército de Deus, na Avenida C-104, no Jardim
América. No dia seguinte ocorreu o enterro no cemitério Jardim da saudade.
O
delegado Manoel Borges, responsável pelo caso, disse ao G1 que a morte da
cozinheira muda a tipificação do crime. “Agora tudo mudou e os suspeitos
passarão a responder por homicídio duplamente qualificado, além dos crimes de
sequestro e tortura.
No
mesmo dia do falecimento de Marizete a Polícia Civil pediu a prisão preventiva
de William. A POLÍCIA CIVIL através de análises e informações descobriu o
paradeiro de William.
Que
por sua vez, foi preso dia 2 de Abril de 2015, quatro dias depois em
Quirinópolis, a cerca de 300 km de Goiânia. Não resistiu a prisão e confessou o
que haviam feito com Marizete.
Segundo
William foi motivado a cometer o crime devido a quantidade de macumba que
marizete fazia contra a própria mãe. Sabia disso porque Sueide na igreja ficou
sabendo que a concorrente estava fazendo macumba.
Além
disso Marizete ameaçada a mãe dele de morte.
Ao
ser questionado a motivação do crime, William afirmou que os funcionários da
pamonharia Espiga de Milho provocavam a mãe dele,
William
é conduzido pelos policiais de Quirinópolis para Goiânia, sua chegada ao local
foi bastante conturbada por populares e familiares que o chamavam de assassino,
mas ele dizia que não havia matado ninguém.
Juntamente
com os policiais, no período da noite William foi até o local do crime,
indicando como tudo ocorreu, foi nesse momento que os policiais encontraram uma
polchete que continha o celular dela dentro.
O
local era em meio a estrada de chão e matagal, porém parecia que moradores
despejavam vários lixos no local.
O
filho da cozinheira assassinada, Douglas Vinicius, então com 25 anos, dia 3 de
Abril, revoltado com o homicídio da mãe e ateou fogo na pamonharia de Tatá,
onde parte dela queimou e parte da casa. Enquanto a pamonharia permaneceu
intacta.
Douglas
tenta fugir do local, mas os vizinhos chamam corpo de bombeiros e polícia.
Os
bombeiros rapidamente chegaram ao local o que evitou que tudo fosse queimado.
Douglas chegou a ser preso próximo a pamonharia o que ocorreu flagrante, no
mesmo dia pagou fiança de 1 salário mínimo e foi liberado.
Sueide
e William passaram por duas audiências no Tribunal de Justiça de Goiás, no caso
foram ouvidas oito testemunhas do caso, onde seu Joel Morais Rosa, pai de
William pediu perdão ao Douglas filho de Marizete e disse que estava sofrendo
por eles.
Não
acreditava que o filho houvesse cometido tamanha crueldade.
Douglas
filho de Marizete a cozinheira virou morador de rua e chegou a ser preso por 4
dias por tráfico de drogas, na segunda-feira 23 de Janeiro de 2017, recebeu o
alvará de soltura, segundo a polícia, ele bateu em um deficiente físico.
Dia
24 de janeiro de 2017 ainda sem ocorrer o julgamento de Marizete. Douglas o
filho da cozinheira, vítima de Suedi e William foi morto na Praça Joaquim
Lúcio, no Setor Campinas, em Goiânia.
Segundo
a Polícia Militar, ele levou uma facada durante uma discussão com um homem, que
fugiu.
Na
época, a Polícia Civil informou que Douglas Vinícius era morador de rua. Ele
tinha passagens por furto, receptação e tráfico de drogas.
A
Polícia Civil não informou se o inquérito sobre o caso foi concluído. Também
não disse se o assassinato foi em decorrência da agressão ao deficiente ou dívida
com drogas.
O
suspeito era um homem chamado Saulo da Silva Sales que foi a julgamento em 29
de Maio de 2018, porém foi absolvido.
Dia
22 de Março de 2017 ocorreu o julgamento de mãe e filho No Tribunal de Justiça
de Goiás. Onde o ministério público acusava os réus de homicídio triplamente
qualificado.
Os
promotores de Justiça presentes no julgamento: Aguinaldo Bezerra Lino Tocantins
e Renata de Oliveira Marinho e Sousa.
Primeira
qualificadora é o motivo fútil, já que a vítima teria sido morta devido a uma
disputa comercial.
A
segunda é por uso de meio cruel, pois as investigações apuraram que a
cozinheira recebeu socos, chutes, foi baleada e, em seguida, queimada.
Além
disso, de acordo com a denúncia, os acusados impossibilitaram a defesa da
vítima, ao obrigá-la a entrar em um carro e a levarem até um local afastado, em
Abadia de Goiás, onde o homicídio ocorreu.
Perante
ao Juiz Sueide ela alegou que havia falado o que falou na entrevista, porque
sempre que tocavam no assunto ela saia fora de sí.
O
advogado de defesa de Sueli e William chamado Dr. Estevão Pereira da Costa,
alegou que a participação do guri tinha sido mínima crime que na verdade ele só
testemunhou o crime e que Sueide poderia sofrer de insanidade mental ou
transtorno de personalidade.
Sueide
foi condenada a 17 anos de prisão e Willian, a 15 anos. O júri popular se
mostrou unânime.
No
entanto, a defesa de mãe e filho recorreu à segunda instância no Tribunal de
Justiça de Goiás e conseguiu diminuir a pena em abril de 2019. Ficando Sueide
com pena 14 anos e de William 13 anos.
Ainda
em 2019 no mês de Novembro William conseguiu progressão do regime fechado para
o semi aberto.
Sueide, a Tatá, está solta com tornozeleira
eletrônica desde fevereiro de 2020. O William conseguiu a liberdade monitorada
com tornozeleira eletrônica em junho de 2020.
O
Ministério Público de Goiás (MPGO) entrou com recurso no Superior Tribunal de
Justiça (STJ), que ainda não foi julgado.
Por fim...
A pamonharia Espiga de
milho onde Marizete trabalhou funcionou até 2022 e a pamonharia Sabor
registrado virou lanchonete.
Por fim, penso que a
justiça é injusta... são tantos fatores de anos sendo cada vez mais falho... redução
de pena... liberdade monitorada... monstros sendo taxado como loucos... incapazes...
problemas psicológicos... mulheres que se aproveitam das leis que as protegem
para se livrar de seus problemas, se matar alguém e comer um pedaço do corpo e
pronto loucura na certa.
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