BENEDITO GOMES – O VAMPIRO DE MINAS GERAIS

Fizemos um vídeo sobre esse caso no canal do YouTube: 

Os vampiros fizeram parte das histórias e terror por muito tempo, usavam capa preta, dormiam dento de uma catacumba, viviam em castelos, sua marca é a sedução. Além disso, se transformavam em morcegos e odiavam a luz do dia. Mas no decorrer dos anos eles foram apresentando um figurino diferente, atualmente mais moderno.

 

Mas por incrível que pareça... os vampiros existem! E um deles é Benedito Gomes Rodrigues. Que foi diagnosticado com síndrome de Renfield, este nome, foi inspirado no romance Drácula.

 

A Síndrome também é conhecida como doença do vampirismo que é um distúrbio psicológico relacionado a uma obsessão por sangue.

 

Um distúrbio grave e raro e por sinal pouco estudado pela ciência. Os portadores desta síndrome podem manifestar sintomas diferentes que incluem uma necessidade incontrolável de ingerir sangue, podendo até se ferir para sugar o seu próprio.

 

Porém, dependendo do nível da doença, o portador da síndrome pode usar de animais, e em níveis ainda mais acentuados tomar esse líquido vermelho de outra pessoa.

 

Nem que pra isso, seja necessário acabar com a vida de outra pessoa. Mas em casos assim o tal vampiro não sente remorso, apresentam surtos psicóticos, não diferem a realidade do imaginário.

 

LAGOA DA PRATA 

 

Lagoa da Prata é um município do estado de Minas Gerais, localizado no centro-oeste mineiro, fica a 211 km da capital Belo Horizonte. Conhecida por sua bela lagoa, que deu origem ao nome a cidade.

 

O local batizado como Lagoa da Prata recebeu esse nome porque frades franciscanos viram a imagem da lua refletida na lagoa e assemelharam a luz do luar ao brilho da prata.

 

Tornou-se ponto de parada para viajantes em 1916 por conta da estação ferroviária que por sinal os moradores batizaram de Lagoa da Prata.

 

A terra fértil atraiu migrantes e empresas. O município tornou-se grande produtor de cereais, cana-de-açúcar e reunia significativo rebanho bovino.

 

Aos arredores do centro o local possui grande extensão de plantação de cana de açúcar.  O colaborou com a implantação da indústria açucareira, o município.

 

Ganhando destaque na fabricação de balas e caramelos, originando novos habitantes que em busca de qualidade de vida, chegavam ao município.

 

BENEDITO GOMES RODRIGUES

E é nesse lugar doce que nasce Benedito Gomes Rodrigues, família humilde e um pouco desestruturada. Ainda na gestação e na época sem exames, nem recursos adequados.

 

Benedito nasceu portador de encefalopatia, uma doença mental causada pela falta de oxigenação no cérebro quando o bebê ainda está no útero da mãe. E afeta o sistema nervoso central.

 

Uma das consequências desse problema é o vampirismo.

 

Benedito possuía mais cinco irmãos, mas o pequeno menino quando tinha três anos de idade perdeu a mãe que faleceu.

 

O que fez com que ele fosse criado somente pelo pai, que era agricultor, eles moravam na roça e ali as crianças foram criadas.

 

O pai do Benedito era muito violento, agredia os filhos por pequenos motivos e outras vezes sem nenhum motivo. Além disso o homem era alcoólatra o que piorava ainda mais a situação da família.

 

E as crianças foram crescendo nesse meio doentio, sem carinho, sem afeto, sem educação e tudo abaixo de pancadaria.

 

Credito que seja do conhecimento de todos, na roça é comum o abate de animais, se carneia porco, gado, mata galinha e assim por diante.  

 

Já que morando no interior se possibilita a criação de animais, bem como o plantio. O mesmo ocorria na casa do Benedito.

 

Além disso, eles vendiam carne, nas vendas e demais moradores.

 

E foi ainda em torno dos 8 anos de idade que o menino passou a apresentar sintomas de uma doença que popularmente e chamada de Vampirismo.

 

Benedito tomava sangue dos animais abatidos no sítio. Mas chegou um ponto que conforme ele crescia, passou a atacar os animais não só do sítio onde morava como também os animais dos vizinhos.

 

Ou seja, ele ia na fazenda dos vizinhos roubava uma galinha e tomava daquele sangue. Logo que era descoberto e o dono dos animais fosse tirar satisfação com o pai do Benedito... vocês imaginam.

 

Mais uma surra daquelas. O problema é que essa necessidade dele em se alimentar com sangue se tornou constante.

 

Era um guri sem socialização, não tinha amigos, nem mesmo na adolescência, os guris da idade dele tentavam evitar contato, ninguém queria estar perto dele.

 

E pra piorar a situação o Benedito passou a ingerir bebida alcoólica. Tomava um porre atrás do outro, arrumava briga nos bares e assim seguia a vida.

 

Trabalhava na roça, mas a questão e tomar sangue persistia.

 

Até que aos 19 anos ele decide cair no mundo e sai de casa, nem mesmo avisa a família nada. Simplesmente vai andando estrada a fora.

 

Ao chegar em um lugar ele trabalhava em fazendas, plantando e colhendo até ter dinheiro para viver um tempo. Depois partia para outra cidade e arrumava trabalho em outra fazenda.

 

Sempre exerceu serviço na lavoura! Mas ele encontrou muitas dificuldades no caminho, principalmente com o pessoal que também trabalhava nas lavouras.

 

As pessoas viviam correndo dele, nada mudava, chamavam ele de perturbado, de louco, retardado, que ele não era normal. Isso porque ele não era acostumado a viver de modo social.

 

Ele não entendia o porque daquilo tudo, o motivo para ser tão humilhado pelos outros. Mas um dia esse homem se irritou profundamente.

 

Estava ele trabalhando em uma fazenda no estado do Amazonas em 1948, em uma região que fica no limite ao estado do Mato Grosso, quando trabalhando no fim de um dia cansativo cortando cana, Benedito foi novamente humilhado.

 

Não suportando mais as piadas de mal gosto, ele atacou três homens com vários golpes de faca, sem nem mesmo que desse tempo deles se defenderem.   

 

O crime surpreendeu os policiais pela frieza de Benedito que relatou friamente o que ocorreu. Chegou a ficar preso, mas conseguiu fugir, tanto da prisão como também do estado.

 

E foi andando por trilhos do trem, longe da estrada principal, isso por medo de ser preso novamente. Adotou literalmente o papel de andarilho, parando de fazenda em fazenda.

 

Para esconder sua verdadeira identidade passou a usar de outros nomes, como: Alexandre Gomes Rodrigues, Benedito Gomes da Silva e Alexandre Gomes da Silva.

 

Até que em 1961, acaba matando um homem a facadas na cidade de Matão em Goiás.

 

Em 1962 Benedito estava no interior do estado do Rio Grande do Sul. Onde participou de um baile, armado acabou disparando vários tiros contra várias pessoas e depois ateou fogo onde estava ocorrendo a festa.

 

Depois foge pra Minas, seguindo o percurso em grande parte caminhando por caminhos ferroviários, até chegar na cidade de Ituiutaba.

 

No local ele acaba assassinando mais um homem e depois do estado partindo para o Paraná, mas no estado por conta de discussão de jogo de baralho ele armado mata dois homens e foge novamente.

 

Conseguindo chegar novamente no estado de Goiás na cidade de Anápolis. Trabalhou em mais fazendas e continuava com as brigas, inclusive em festas onde novamente ele acaba atirando contra várias pessoas.

 

Foge novamente pegando caminhos de trilho de trem chegando na divisa da cidade de Uberlândia com Tupaciguara ele novamente consegue trabalhar em uma fazenda.

 

Onde ninguém sabia que entre todos aqueles trabalhadores, havia um assassino. Ele se estabelece nesse local onde permanece por mais tempo.

 

Morando em uma casinha próxima da fazenda, morava sozinho e continuava a beber cachaça todos os dias, como o pai dele fazia. Mas certa noite bate um viajante em sua porta.

 

O homem pediu ajuda a ele que fez questão de recebe-lo muito bem. Inclusive serviu até janta. Quando o homem estava sentado jantando, Benedito por trás do homem deu uma paulada em sua nuca.

 

O homem caiu no chão e foi picado por Benedito, isso mesmo picado - esquartejado.

 

Depois da ação enterrou o homem nos fundos da casa.

 

Por um período não se tem registro do paradeiro dele, mas nas andanças acabou conhecendo uma mulher também andarilha, assim como ele a mulher bebia tanto quanto o Benedito.

 

Os dois em suas andanças chegam à cidade de Cambuí no estado mineiro e ficam abrigados em uma estação de trem desativada.

 

Mas na noite do dia 13 de agosto1966 os dois se brigam por causa de um litro de cachaça.

 

Benedito acusa a mulher de ter bebido o ultimo litro que eles tinham, o que foi suficiente para que ele pegasse a faca e deferisse vários golpes contra ela.

 

Quando ele se enfurecia ele perdia totalmente o controle de quantos golpes estava deferindo, bem como não sentia nada em fazer isso, muito menos depois.

 

A mulher caída no chão em meio a poça de sangue despertou em Benedito novamente o desejo por beber sangue, porém não mais de animais, agora dali em diante seria sangue humano.

 

Naquela noite ele bebeu o sague da mulher falecida.

 

Depois ele abandona o corpo ali e anda estrada a fora passando por várias cidades e estados do país, como sempre seguindo a linha do trem.  

 

Benedito volta à terra natal em janeiro de 1967, se estabelecendo por um período na casa de parentes em Lagoa da Prata. Porém, depois de um período no lugar ele tem sede de sangue.

 

Foi assim que acaba fazendo mais uma vítima ainda naquele ano, onde matou a própria prima, uma menina de 9 anos.

 

Assim que ele se alimenta com o sangue da prima do qual ele fez vários cortes no corpo como pulsos sendo locais de maior fluxo sanguíneo.

 

No momento do crime ele percebeu que alguém o observava, que viu tal cena. Ele por sua vez com medo de ser preso corre atrás daquela que havia testemunhado tudo.

 

Foi atrás até que alcançou fazendo naquele mesmo dia a segunda vítima.

 

O pânico nos moradores de Lagoa da Prata era grande, temiam por seus filhos, alertavam as crianças sobre o perigo de ficarem sozinhas nas ruas.

 

Os populares passaram a chamar ele de “Vampiro da Mogiana”. Mogiana que é o nome da estrada que levava a linha de ferro, pois ele sempre andava pelas linhas do trem.

 

Benedito sem deixar pistas acaba conhecendo ainda outra mulher na região e com ela tendo um caso. Certo dia ele ataca a mulher que morava num lugar bem distante de demais moradores.

 

Mas ela tomada em pânico começa a gritar e por sorte é socorrida por homens estava caçando na região e conseguem conter benedito.

 

Logo, chamaram a polícia e daí sim!  Benedito foi preso.

Porém, os policiais naquela época não tinham conhecimento da ficha criminal desse homem, por isso, ele ficou preso pela questão da violência contra a mulher, mas depois foi liberado.

 

Foi assim que ele para em Monte Santo também Minas Gerais. Onde a plantação de café é a maior responsável pela entrada de recursos econômicos no município.

 

Além disso, a cidade conta com o turismo e lá ocorre o melhor carnaval do sudoeste mineiro. O povo lá não é fraco não!

 

Mas infelizmente dia 11 de setembro daquele ano, Jair dos Reis de 6 anos e Darci dos Santos de 7 estavam jogando futebol no terreiro da casa de Jair.  

 

Mas em um momento a bola vai parar um pouco mais longe, foi quando se deparam com Benedito, que acaba os atraindo para longe.

 

No momento que os meninos desaparecem a irmã de Jair estava passando o café, assim que termina chama os meninos, gritava e nada deles.

 

Três dias depois o maquinista do trem que transportava uma carga pesada, encontrou dia 13 os dois corpos dos meninos desaparecidos sem vida num valinho ao lado da linha do trem.

 

O corpo de Jair e Darci estavam de barriga pra baixo com os pulsos cortados, além de outros cortes que dizem os populares que eram feitos das juntas.

 

Era assim que Benedito sugava o sangue direto dos corpos.  

 

Benedito foge de Minas Gerais e chega em Aguaí, São Paulo. Cidade essa onde é forte na agricultura e no setor industrial de papelão.

 

O fato é que doze dias depois de ter feito as últimas vítimas em Monte Santo, encontra um menino chamado Toninho.

 

Antônio dos Santos, 8 anos. Conhecido como Toninho naquele dia se preparou para ir pra escola. Deu um beijo na mãe, e dona Wany olha pro filho e diz: Que Deus te abençoe.

 

E ele parte junto com os três vizinhos amiguinhos dele foi até a casa pra irem juntos estudar.

 

Assim que encerra as aulas ao meio dia, ele voltava da escola com os três vizinhos e com a mãe de um deles.

 

Mas a mulher foi cortar o cabelo e precisava ir pra outro trajeto, mas convidou o Toninho para acompanha-los.

 

Mas o menino diz a ela que iria embora, assim ele seguiu eu caminho sozinho, mas para sua infelicidade, um homem na estrada o vê e finge sentir dor no joelho e precisava de ajuda.

 

O homem era Benedito o próprio vampiro que prega uma mentira ao guri, alegando que precisava de ajuda para pegar uma caixa de mel que estava embaixo de uma árvore.

 

Toninho menino de bom coração não viu maldade naquele homem desengonçado. E vai ajudar. E não apareceu mais em casa.

 

A mãe esperava o filho que nunca chegava, tomada em desespero chora, começou a anoitecer e os cachorros uivavam e ela entrava cada vez mais em pânico.

 

Pede ajuda dos vizinhos, mas ninguém havia visto Toninho. Ela começa a chorar e rezar. Chega a ter uma visão com o filho que aparecia com flores na mão pedindo para que ela não chorasse que ele estava bem.  

 

No dia seguinte os meninos que brincavam caçando passarinhos na arapuca, andavam um pouco a dentro da estrada principal quando avistaram um pé calçado com meias pretas.

 

O corpo estava como o das vítimas anteriores, apresentava punhos cortados, e outros cortes por onde o sangue foi sugado.

 

Mas Benedito continuava com suas andanças, até que sentindo muita sede para em uma casa e pede água, o morador que o atende fornece água a ele.

 

Enquanto Benedito tomava aquela água como se estivesse em meio ao deserto o homem olhava que talvez esse homem poderia ter envolvimento no caso do menino desaparecido.

 

Afinal nunca havia visto aquele homem na região.

 

Benedito agradece a água e segue caminhando pelo trilho do trem. Estima-se que durante todos os lugares que ele caminhou se somam 15 mil quilômetros.

 

Enquanto o morador chama a polícia e conta sobre o homem, passando os detalhes que eram, não tinha os dentes da frente, possuindo só os caninos, muito sujo, como se estivesse ficado escondido por dias e sede fora do normal.

 

Foi assim que a polícia vai em busca do suspeito e o encontra em menos de 24 horas.

 

Preso ele confessa o crime contra Toninho e contra os meninos de Monte Santo. Disse que não tinha culpa do que fez, pois aquilo era consequência de uma praga que a mãe dele mesma rogou pra ele.  

 

Até que depois ele confessa todos os crimes que cometeu e eu falei pra vocês aqui. Ele foi acusado de matar 17 pessoas em sete estados do Brasil.

 

Ficou dois anos preso em uma penitenciária, mas perceberam nesse período perceberam que ele tinha graves problemas psiquiátricos, era totalmente perturbado.

 

Ficou dois anos preso em uma penitenciária e depois encaminhado ao Manicômio Judiciário de Franco da Rocha em São Paulo.

 

Lá ele foi diagnosticado Portador de encefalopatia, considerado por lei inimputável, ou seja, se fosse preso deveria ser recolhido a um manicômio.

 

Sendo medicado e passando por diversos tipos de tratamento que na época faziam como por exemplo o uso de choque elétrico.

 

Permanecendo internado por 22 anos, já aos 59 anos de idade, dia 27/06/1991 os funcionários acabaram se distraindo. O Benedito sai correndo e consegue fugir do manicômio.

 

Pegou o caminho de mata e nunca mais foi encontrado, nem visto, nem nunca se soube que fim esse homem teve e se teve.

 

Atualmente ainda existe uma capelinha feita em homenagem aos meninos Jair e Darci em Monte Santo. Onde os guris foram encontrados. No lugar do antigo trilho hoje é uma estrada de calçamento de pedra.

 

Muitas pessoas ainda vão até a capelinha, pois dizem que os meninos realizam milagres, são considerados santos pra muita gente, na capelinha existem imagens, fotos, em agradecimento aos milagres.

 

Segundo o Dr. Guido Palomba, médico psiquiatra forense, diz que geralmente eles bebem sangue, porque dentro do psiquê de quem possui a doença, o sangue é visto como algo mágico, místico e religioso. Ao tomarem o líquido acreditam estar incorporando as virtudes das vítimas.

 

Ou seja, não se sabe do paradeiro desse homem, mas que fique claro que casos como esse não existe possibilidade de reiteração social. Pessoas assim são um risco para sociedade e precisam ser tratadas com acompanhamento médico e medicamentoso. E quando a pessoa vem de uma família desestruturada, a única possibilidade é a internação eterna.

 

Lembrando que temos um outro caso de vampirismo no Brasil,, por sinal bastante conhecido que é o Marcelo Costa de Andrade o mesmo encontra-se em hospital de custódia. Mas com o fechamento dos manicômios judiciários, sabe-se lá o que se espera de agora em diante.